Após vários dias sem chuva, cidades do interior de Minas sofrem com a seca. Os rios estão secando e consequentemente o abastecimento comprometido. Em Paracatu, no Noroeste de Minas, o rio Paracatu, um dos maiores afluentes do São Francisco completamente seco.

"O rio está só com um filetinho de água. Era um rio em que passava barco a vapor e agora a situação é essa. A cidade está em racionamento de água, uma loucura, tem bairros que estão há cinco dias sem água”, contou o morador da cidade Eduardo Pimentel, de 44 anos.

Segundo ele, a cidade está sendo abastecida por meio de caminhão-pipa. “Falta um cuidado com nossas nascentes, e além disso, temos uma área de muita agricultura e uma mineradora que consome muita água da cidade”, reclamou o morador.

De acordo com o TempoClima Puc Minas, já faz 130 dias que Paracatu está  sem chuva, desde o último dia 21 de maio. Nesta terça-feira (27) foi realizada uma audiência pública na cidade para debater os problemas de abastecimento. O estado de calamidade pública foi decretado no último dia 18. O rodízio no abastecimento ocorre desde o início do mês.

A prefeitura da cidade cobrou da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) mais investimentos para evitar que a cidade sofra com a falta de água como está ocorrendo. A empresa afirmou que estão sendo tomadas medidas como “distribuição de água com caminhão-pipa, de porta em porta para atender as regiões mais altas e mais distantes equipamento de poço tubular profundo, localizado em área urbana; implantação de rede de água tratada e registros em alguns pontos da cidade para possibilitar as manobras para abastecer as regiões definidas no Plano de racionamento”, informou a empresa.

Outra cidade que está sofrendo com a seca é Bom Despacho, na região Centro-Oeste de Minas, onde também está sendo feito rodízio de abastecimento. O município também decretou situação de emergência, no último dia 15 deste mês. Na cidade não chove há 106 dias.

A Copasa informou que para resolver o problema na cidade está perfurando quatro poços e distribuindo água por meio de carretas e caminhões-pipas. “Desde ontem, dia 28, até às 9 horas de hoje, dia 29, foram feitas 32 viagens de carreta transportando 675 mil litros de água tratada, sendo que sete destas viagens foram realizadas por três caminhões distribuindo 87 mil litros diretamente em 254 imóveis do Bairro São Vicente e 95 imóveis do bairro Dom Joaquim, além de três creches (na avenida Governador Valadares, na rua Bela Vista e na Rua Pitangui) e no CAIC (avenida Santa Rosa). No mesmo período foram feitas 80 viagens de caminhão-pipa transportando 783 mil litros de água bruta para a Estação de Tratamento de Água.”, informou a empresa.

Ainda de acordo com a companhia nas últimas 24 horas, foram captadas para distribuição à população 6.851 mil litros de água, provenientes do Rio Capivari e Sistemas Produtores complementares.

“A Copasa está bombeando para sua Estação de Tratamento de Água uma vazão média de 50 litros por segundo do Rio Capivari e 3,1 litros por segundo do poço C-02. Também estão sendo bombeados 9,1 litros por segundo do poço que está interligado diretamente à rede de distribuição que abastece os bairros Esplanada, Jaraguá, Vale do Sol, Vale do Amanhecer, Liberdade, Alvorada, Mangabeiras, Pedro Tavares Gontijo e Simeão Ferreira em Bom Despacho”, conclui a nota.

Veja a nota completa da Copasa sobre as cidades:

Ações da Copasa em Bom Despacho nas últimas 24 horas
           

Para complementar o abastecimento na cidade, a Copasa está perfurando quatro poços e distribuindo água por meio de carretas e caminhões-pipas.
Desde ontem, dia 27, até às 9 horas de hoje, dia 28, foram feitas 32 viagens de carreta transportando 675 mil litros de água tratada, sendo que sete destas viagens foram realizadas por três caminhões distribuindo 87 mil litros diretamente em 254 imóveis do Bairro São Vicente e 95 imóveis do bairro Dom Joaquim, além de três creches (na avenida Governador Valadares, na rua Bela Vista e na Rua Pitangui) e no CAIC (avenida Santa Rosa). No mesmo período foram feitas 80 viagens de caminhão-pipa transportando 783 mil litros de água bruta para a Estação de Tratamento de Água.

Nas últimas 24 horas, foram produzidas para distribuição à população 6.851 mil litros de água, provenientes da Captação Rio Capivari e Sistemas Produtores complementares. A Copasa está bombeando para sua Estação de Tratamento de Água uma vazão média de 50 litros por segundo do Rio Capivari e 3,1 litros por segundo do poço C-02. Também estão sendo bombeados 9,1 litros por segundo do poço que está interligado diretamente à rede de distribuição que abastece os bairros Esplanada, Jaraguá, Vale do Sol, Vale do Amanhecer, Liberdade, Alvorada, Mangabeiras, Pedro Tavares Gontijo e Simeão Ferreira em Bom Despacho.

A Copasa continua empreendendo ações de otimização e melhoria na distribuição, produção e logística de abastecimento de água, com objetivo de minimizar os impactos da escassez hídrica.

Sobre a crise hídrica em Bom Despacho
           

A Copasa esclarece sobre a situação da pior crise hídrica vivida em Bom Despacho, que chegou a proporções inimagináveis, a partir do mês de agosto/2017.
Para enfrentar a pior seca de Bom Despacho, a Copasa iniciou, em 10 de agosto passado, campanhas de conscientização junto à população, veiculadas em rádios, jornal, portal e outdoors, e foi obrigada a implantar um rodízio no abastecimento, a partir do dia 25 de agosto, além de dar sequência a outras ações, visando estruturar o sistema para eventual necessidade de complementar a vazão necessária para o atendimento à população.

Antes disso, em julho de 2017, ainda com a vazão do rio Capivari sem alterações para essa época do ano, a Copasa iniciou as pesquisas hidrológicas e os estudos técnicos em campo, que precedem a perfuração de poços, e, também, formatou a campanha educativa para consumo consciente de água na cidade. Todas essas ações tiveram caráter preventivo, dadas as perspectivas de poucas chuvas ao fim do período de estiagem. Entre junho e agosto, foram perfurados e equipados três poços profundos.

Com a expressiva redução da quantidade de água no Rio Capivari, desde 25 de agosto, a Copasa tem colocado em prática o rodízio de abastecimento, além de ter mobilizado carretas−tanque de 30 m³, caminhões−pipa de 20m³ e de 10 m³. Com trabalho diário, essa frota tem por objetivo minimizar os transtornos decorrentes do rodízio, até que as fontes complementares de produção sejam suficientes para a demanda.

As ações estão em andamento, a empresa não foi negligente com suas responsabilidades e mantém−se mobilizada para a solução dos problemas dentro das possibilidades técnicas que os procedimentos de engenharia demandam.A crise hídrica afeta todo o país e, em Minas Gerais, não tem sido diferente.

Bom Despacho passa pela primeira vez por essa situação. Não há registros históricos nem previsões nos estudos e documentos técnicos existentes, que apontassem a possibilidade desse cenário em 2017, nem mesmo no Plano Municipal de Saneamento elaborado pelo município em 2014.
Portanto, neste momento, é preciso a união de todos para resolver o problema: Copasa, Executivo Municipal e população. No curto prazo é necessário economizar água e acabar com o desperdício. A Copasa está trabalhando para a superação do problema.

Sobre a Crise hídrica em Paracatu

As medidas que a Copasa vem tomando para o enfrentamento do período de estiagem na cidade:
     

Implementada: campanha publicitária para o uso consciente de água; transporte de água tratada da cidade de João Pinheiro com caminhões-pipa para abastecer o reservatório do bairro Amoreiras II; distribuição de água com caminhão-pipa, de porta em porta para atender as regiões mais altas e mais distantes; equipamento de poço tubular profundo, localizado em área urbana; implantação de rede de água tratada e registros em alguns pontos da cidade para possibilitar as manobras para abastecer as regiões definidas no Plano de racionamento.
      

Em andamento: perfuração de mais seis poços tubular profundo em várias regiões; licitação de obra de setorização das regiões para melhorar a distribuição de água na cidade; elaboração de projeto para implantar nova fonte de captação no ribeirão Escurinho; elaboração de estudos para construção de um reservatório de acumulação de água do ribeirão Santa Izabel no período de chuva (piscinão); e, intensificação das ações do Programa Pró-Mananciais  para preservação dos cursos d’água.

Fonte: O Tempo