Preconceito é barreira para vencer a tuberculose, doença que mata 13 pessoas por dia no país

Por Aécio Gonçalves 19/04/2018 - 10:33 hs

A cantora Simaria, da dupla Simone e Simaria, foi diagnosticada, nesta semana, com Tuberculose Ganglionar,  tipo da doença que é raro e não contagioso. A bactéria é a mesma da tuberculose pulmonar, a mais comum no Brasil, mas no caso da artista os gânglios foram atacados. O preconceito e a falta de informação são as principais causas do diagnóstico tardio dos casos de tuberculose no país. Por se tratar de uma doença infecciosa, os próprios pacientes apresentam resistência em assumir a tubercolose, que afeta principalmente os pulmões.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata jovens e adultos, ultrapassando o HIV/AIDS. Uma pessoa morre a cada 20 segundos por causa da doença no mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil são 13 óbitos por dia.

Em 2017, foram registrados 4.534 casos de tuberculose em Minas Gerais. Cerca de um terço deles concentrados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na capital foram registrados 1.033 casos no ano passado. Neste ano, já são mais de 200 casos confirmados.

O médico Pedro Navarro, referência técnica do Programa de Controle da Tuberculose, da Secretaria Municipal de Saúde, destaca que a doença tem relação com fatores sociais como moradias precárias e má alimentação. Navarro alerta que a doença afeta mais um grupo de pessoas: soro positivo, privados de liberdade, moradores de rua, fumantes, diabéticos e pacientes que tenham outras doenças que causam baixa imunidade. 

Sintomas e tratamento 

“Em casos de tosse crônica por três semanas consecutivas, ou mais, emagrecimento, fraqueza, febre no fim do dia, e suor excessivo à noite, a pessoa deve procurar um posto de saúde o mais rápido possível. Os centros de saúde da capital fazem o exame do escarro, que pode detectar a doença rapidamente”, sugere o médico. 

Tuberculose tem cura. O tratamento da doença tem duração mínima de seis meses com avaliações médicas mensalmente. Em 15 dias de tratamento a doença já não pode ser mais transmitida. 
No entanto, a interrupção do tratamento pode provocar a evolução da doença para o tipo mais grave, a tuberculose multidroga, que não pode ser tratado apenas com medicamento em casa. Como a bactéria é mais resistente, a internação é mais indicada. 

Em Belo Horizonte, esse tratamento é realizado pelos hospitais Júlia Kubistchek e Eduardo de Menezes. O médico Pedro Navarro, destaca que algumas ações podem ajudar durante o tratamento. “Alimentação saudável, atividade física, e frequentar lugares arejados durante o tratamento proporciona uma recuperação mais rápida”, recomenda. 

Manter o cartão de vacina em dia também previne a doença. A vacina BCG faz parte do calendário de vacinação desde os primeiros meses de vida. A vacina previne até os tipos mais graves da tuberculose. 

Fonte e foto:Itatiaia Link da Reportagem:http://www.itatiaia.com.br/noticia/preconceito-e-barreira-para-vencer-a-tubercul