Funcionários dos Correios do Triângulo e Alto Paranaíba entram em greve por tempo indeterminado

Por Aécio Gonçalves 20/09/2017 - 10:13 hs

Os funcionários dos Correios do Triângulo e Alto Paranaíba deflagraram greve por tempo indeterminado na noite desta terça-feira (19). A greve foi convocada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). O G1 entrou em contato com os Correios e aguarda retorno.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios e Telégrafos de Uberaba e Região (Sintect-URA), os trabalhadores de todo o país se manifestam por conta das dificuldades de negociações com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que começaram em abril.

Em Uberaba, são aproximadamente 280 trabalhadores. Na área de abrangência do Sintect-URA são 1.800 funcionários dos Correios em 156 cidades da região. Ainda não há um número exato de servidores que paralisaram as atividades. “De acordo com a legislação, continuamos com os serviços essenciais à população, mantendo um quantitativo mínimo de 30% de trabalhadores”, informou o presidente do Sintect-URA, Wolnei Cápolli.

Ainda conforme Cápolli, os Correios já se posicionaram sobre a possibilidade de retirada de alguns benefícios dos funcionários. “Estamos em período de data-base, então, a gente quer a negociação do nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Queremos que os Correios venham para a mesa de negociação e que ela não apresente o que ela tem apresentado. Em dois dias de negociação, a empresa apresentou a retirada de 23 cláusulas do nosso ACT e existe a proposta de retirada de outas sete. Na verdade não é nem negociação. É um ajuste para retirada de direitos e não é isso que a gente quer”, acrescentou.

Dentre a série de cláusulas citadas por Cápolli, estão as que tratam da jornada de trabalho nas agências e terminais computadorizados; a que a ECT propõe acabar com as liberações de dirigentes sindicais, para atividades relacionadas às demandas da categoria, com ônus para a Empresa; e retirada da cláusula que garante a abertura de concurso público para contratação de novos trabalhadores.

Cápolli também acredita que as cláusulas econômicas também poderão sofrer alterações caso a categoria não se mobilize. “A empresa quer fazer a retirada de tudo que a gente conseguiu em acordos coletivos, arrastando as negociações até o fim de novembro. Ou seja, já vamos negociar com as efetivações da nova Lei Trabalhista. O que vai prevalecer é o que foi acordado. Estamos prevendo catástrofes. Queremos a manutenção dos nossos direitos. Novos concursos públicos para continuidade de uma boa prestação de serviço. Não queremos retrocesso”, finalizou o sindicalista.

Nota na íntegra dos Correios

 

"A paralisação parcial, iniciada nesta quarta-feira (20) por alguns sindicatos da categoria, não afeta os serviços de atendimento dos Correios. Até o momento, todas as agências, inclusive nas regiões que aderiram ao movimento paredista, estão abertas e todos os serviços estão disponíveis.

Nesses locais, a empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Os Correios informam que o movimento está concentrado na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã de hoje mostra que 93,17% do efetivo total dos Correios no Brasil estão presentes e trabalhando — o que corresponde a 101.161 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. Em Minas Gerais, 96% do efetivo não aderiu à paralisação. As adesões ao movimento concentram-se em unidades operacionais da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Negociação — As negociações com os sindicatos que não aderiram à paralisação ainda estão sendo realizadas esta semana. Os Correios continuam dispostos a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa."

Fonte: G1