Hortaliças de São Gotardo ganham marca própria com selo de origem

Por Aécio Gonçalves 05/12/2019 - 08:21 hs

Agricultores dos municípios de São Gotardo e entorno, no Alto Paranaíba, ganharam marca regional na forma de um selo que indicará a origem e a qualidade da produção local de alho, batata, cenoura e abacate. A demanda por produtos selecionados e com certificação de origem, especialmente no mercado agropecuário, é uma realidade cada vez mais frequente no dia a dia dos consumidores brasileiros. Diante das gôndolas de supermercados e empórios, os clientes querem conhecer o histórico, a localização e o produtor do item desejado.

A marca regional foi lançada em solenidade no Sebrae Minas, em BH, com a participação de representantes de 350 produtores rurais da região de São Gotardo. É o primeiro selo de origem da região. “No futuro, temos intenção de tornar a marca uma indicação geográfica. O selo, para os produtores, é uma forma de entender que pertencem a uma região, e têm essa marca como propriedade exclusiva. Para o consumidor, queremos transmitir a segurança de que ele está consumindo um produto de excelente qualidade”, explicou o conselheiro do Conselho da Região de São Gotardo, Jorge Kiryu.

De acordo como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Registro de Indicação Geográfica é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. Segundo Kiryu, a força do projeto é o pioneirismo coletivo “como consciência do objetivo comum. Uma maratona que deu seus primeiros passos para uma longa corrida capaz de unir forças”.

Para o conselheiro, que também é produtor de abacate, alho, cenoura e café, trata-se de um processo que futuramente atravessará as fronteiras regionais. “O maior desafio é reunir pessoas e fazer com que entendam que juntos seremos mais fortes”. A secretária de Agricultura e Pecuária do Estado, Ana Maria Soares Valentini, ressaltou que o conhecimento das regiões de origem dos produtos atende às necessidades do consumidor, que quer saber “da rastreabilidade social e ambiental desse produto. Temos regiões já consagradas pela produção de café, queijo e agora hortaliças. Minas tem a agricultura mais diversificada do país e a certificação agrega valores, levando segurança a quem consome”, afirmou.

Ana Valentini disse, ainda, que o estado busca avançar em outras certificações regionais, com o envolvimento na cadeia de produção de empresas vinculadas, de pesquisa, assistência técnica e vigilância sanitária.

O lançamento da marca de São Gotardo resultou de trabalho inciado em 2014 com a construção de uma estratégia de colocar nas gôndolas de supermercados produtos daquela região com identidade de origem. São produtos identificados em embalagens e prateleiras específicas onde o consumidor poderá ter acesso a toda história e origem desse produto, explica Cláudio Wagner de Castro, analista técnico do agronegócio do Sebrae Minas.

“Trabalhamos inicialmente com cenoura, alho, batata, cebola, repolho e beterraba, os carros-chefes nesse momento, e temos mais uns quatro produtos para entrar nessa cesta com o selo, que atende ao aumento de demanda de oferta no mercado. Mas é importante ressaltar que se trata também de pertencimento das pessoas do campo que passam a ter mais orgulho em seu território por se tornarem conhecidas na ponta, pelo consumidor. Identidade de origem não é só produto, mas estratégia de desenvolvimento de uma região”.

Rendimento

Para Délio Simões, presidente do Conselho Sebrae Minas, a união com o distribuidor é “tudo que preconizamos, primeiro para que o consumidor tenha produto com garantia de qualidade e outro benefício é proporcionado pelo rendimento por eliminar uma série de intermediários.”

O prefeito de São Gotardo, e também produtor Seiji Sekita (PT), ressaltou a importância da união dos produtores. “Fui para a região há 50 anos plantar café e cereais e hoje plantamos frutas e legumes devido à riqueza das terras da região”, o que ocorreu de forma natural, segundo ele. Sekita defendeu a seriedade na produção e qualificação dos agricultores de sua região. “A certificação de nossos produtos são garantia da qualidade ao consumidor. O produtor precisa mostrar com firmeza que ele e sua família pode comer com segurança o que produz, na hora em que colhe”.

Fonte e foto: Estado de Minas Link da reportagem: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2019/12/03/internas_economia,1105581/hortalicas-de-sao-gotardo-ganham-marca-propria-com-selo-de-origem.shtml